
Se há de invadir-me tua claridade,
qual lua cheia invade o céu escuro,
hei de ser dos poetas o mais puro
para cantar a tua mocidade.
Hei de tornar-me criança em tenra idade,
mas sem maré, luar, porto seguro.
A beleza que há tanto em vão procuro
hei de encontrá-la em tua ingenuidade
Todos os animais, por mais selvagens
ou dóceis como pombas nos pombais,
hão de ouvir os relatos das viagens
que fiz pelo teu corpo, sem ter mais
para dar-te que todas as miragens
cheias de luz e cânticos de paz.