sábado, 17 de maio de 2008

Ressureição


Se há de invadir-me tua claridade,
qual lua cheia invade o céu escuro,
hei de ser dos poetas o mais puro
para cantar a tua mocidade.

Hei de tornar-me criança em tenra idade,
mas sem maré, luar, porto seguro.
A beleza que há tanto em vão procuro
hei de encontrá-la em tua ingenuidade

Todos os animais, por mais selvagens
ou dóceis como pombas nos pombais,
hão de ouvir os relatos das viagens

que fiz pelo teu corpo, sem ter mais
para dar-te que todas as miragens
cheias de luz e cânticos de paz.

quarta-feira, 7 de maio de 2008


Jogos de amor não me interessam. Dá-se
ou não se dá, é-se ou não se é. No mais
restam torpes manobras, que jamais
reviveria eu, se me bastasse

Algo que em mim, por mim, se consumasse
em grandes movimentos animais,
sem grandes sofrimentos desiguais,
sem que arrependimento me ficasse.

Se alguem para desgraça tua, me ama,
que partilhe comigo a minha cama
e na manhã seguinte ainda recorde

que, se morreu o amor, em meio ao espasmo
de fantasmas, terror, espanto e pasmo,
dorme somente o amor para que acorde.





E voce...ainda se interessa por jogos de amor?
Vitor Fontes